Presidente Lula descarta mudanças na aposentadoria dos militares, contrariando proposta de corte de gastos
Lula afirma que não considera alterar benefícios previdenciários dos militares, após sugestão de ministra.
Nesta quarta-feira (26), o presidente Lula (PT) fez declarações firmes em relação à legislação de aposentadoria dos membros das Forças Armadas do Brasil, descartando qualquer intenção de modificá-la. A posição de Lula vem em resposta a uma sugestão levantada pela ministra Simone Tebet, do Planejamento, que estava considerando incluir alterações nos benefícios previdenciários dos militares como parte de um pacote de corte de gastos.
Em entrevista ao portal UOL, Lula foi claro ao afirmar que não pretende alterar os direitos previdenciários dos militares, enfatizando que já transmitiu sua posição aos comandantes por meio do ministro da Defesa, José Múcio. “Eu falei pro Múcio: ‘pode avisar aos comandantes que isso nem passa pela minha cabeça'”, declarou o presidente, destacando que também orientou os militares a não exercerem pressão sobre o assunto.
A decisão de Lula vai de encontro ao cenário da última Reforma da Previdência, que manteve os militares fora das mudanças aplicadas aos civis, preservando assim seus direitos previdenciários específicos. De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), o custo per capita do regime previdenciário dos militares é significativamente superior ao dos civis, com um déficit anual estimado em R$ 158,8 mil por militar, em comparação aos R$ 69 mil dos servidores civis pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A posição de Lula reflete uma resistência a possíveis mudanças que poderiam afetar os benefícios dos militares, em meio aos esforços do governo para equilibrar as contas públicas. A ministra Simone Tebet, que havia ventilado a possibilidade de alterações, ainda não se manifestou publicamente após a declaração do presidente.
