Governo Lula enfrenta impasse na desoneração da folha de pagamentos
Ministros da ala política do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão em meio a intensos debates sobre a desoneração da folha de pagamentos, enquanto Fernando Haddad (Fazenda) mantém sua resistência em ampliar as negociações.
Apesar das insistências, Haddad não cede facilmente. Em conversas reservadas, ele expressa seu receio de que novas discussões possam abrir brechas para incluir mais setores, o que representaria uma perda de receita ainda maior em um cenário fiscal de desequilíbrio.
O impasse político levou o governo a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas corre o risco de novos reveses no Congresso. O avanço das articulações dependerá de uma conversa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A percepção no Palácio do Planalto é que Haddad ficará isolado no debate sobre a desoneração da folha de pagamentos se insistir apenas na posição do governo no STF. Existe ainda o risco de derrotas no Congresso caso ele se limite aos termos da proposta já apresentada.
Apesar da resistência, Haddad tem mantido conversas com os setores afetados e com os representantes dos prefeitos. No entanto, cresce a constatação no governo de que será necessário ceder aos 17 setores atingidos pela medida, sob pena de novas derrotas no Congresso Nacional.
Enquanto isso, os prefeitos ampliam a articulação no Congresso para angariar apoios a uma PEC que abarca a tese defendida por eles, incluindo a retomada da reoneração da folha de pagamentos num escalonamento a partir de 2024.
A desoneração da folha de pagamentos, criada em 2011, tem sido alvo de intensos debates e prorrogações sucessivas. O impasse persiste enquanto o governo busca soluções para equilibrar as demandas dos setores afetados e as necessidades fiscais do país.