Crédito para Famílias Dispara 12,9% em 2024 Apesar dos Juros Altos, Revela Banco Central
O aumento foi impulsionado principalmente por cartões de crédito à vista, crédito pessoal e financiamento de veículos, com saldo total de R$ 2,2 trilhões.

Apesar de um cenário de juros elevados, as concessões de crédito para famílias brasileiras registraram um aumento significativo de 12,9% em 2024, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. O montante total de crédito livre para famílias alcançou R$ 2,2 trilhões no final de 2024, representando uma expansão de 12,3% em relação ao ano anterior, que teve um crescimento de 8,4%. Este crescimento foi impulsionado por diversas modalidades de crédito, incluindo cartões de crédito à vista, crédito pessoal não consignado, crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS e financiamentos para aquisição de veículos.
Em dezembro de 2024, foram liberados R$ 290,9 bilhões em novos empréstimos para famílias, um aumento de 2,6% em comparação com o mês anterior. A expansão do crédito ocorreu mesmo com o aumento da taxa de juros Selic, que chegou a 12,25% ao ano no último encontro do Copom em 2024.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas e empresas alcançou 40,8% ao ano no final de 2024, um aumento de 0,2 ponto percentual. Especificamente para pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 53%, com uma redução de 0,9 ponto percentual no ano. Houve reduções nas modalidades de crédito consignado para beneficiários do INSS e cartão de crédito parcelado, impulsionado pela maior adesão ao cartão de crédito à vista que não tem juros.
Em contrapartida, a taxa média de juros para empresas fechou o ano em 22,1% ao ano, um aumento de um ponto percentual. A taxa média de juros das concessões totais ficou em 28,7% em 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual no ano.
A inadimplência do crédito total atingiu 3% da carteira em 2024, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação a 2023. No crédito livre para famílias e empresas, a inadimplência ficou em 4,1%, uma queda de 0,4 ponto percentual no ano. Para pessoas físicas, a inadimplência foi de 5,3%, com uma redução de 0,3 ponto percentual no ano. Já para pessoas jurídicas, a inadimplência terminou o ano passado em 2,5%, com uma redução de 0,6 ponto percentual em 2024.