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STF rebate críticas da The Economist e defende Alexandre de Moraes: “Democracia plena no Brasil”

Presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, afirma que não há crise de confiança na Corte e critica omissão de contexto por parte da revista britânica ao apontar "poderes excessivos" de Moraes.

O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado (19) à reportagem da revista britânica The Economist, que acusou o ministro Alexandre de Moraes de concentrar “poderes excessivos” e sugeriu uma “crise de confiança” no Judiciário brasileiro. Em nota oficial assinada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o STF classificou as acusações como distorcidas e ressaltou que o Brasil vive uma democracia plena, com respeito ao Estado de direito e aos direitos fundamentais.

“O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real”, afirmou Barroso. A nota também defendeu outros ministros da Corte, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, igualmente citados na publicação.

A reportagem da The Economist questionou a imparcialidade de Moraes, especialmente em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e sugeriu seu afastamento do caso. A revista ainda criticou a decisão de manter o processo na Primeira Turma do STF em vez de levá-lo ao plenário, o que, segundo a publicação, agravaria a suposta crise institucional.

Barroso respondeu com veemência. “Mudar a regra processual seria o verdadeiro desvio. Alexandre de Moraes cumpre com coragem e empenho seu papel, com o apoio do tribunal, e não de forma isolada”, frisou.

O presidente do STF também criticou a omissão de fatos relevantes na matéria, como os ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, planos para atentados contra autoridades, incluindo o próprio Moraes, e tentativas de golpe de Estado. Para Barroso, a atuação firme do Supremo foi decisiva para preservar a estabilidade democrática no Brasil.

A nota enfatizou que todas as decisões monocráticas de Moraes, como a suspensão temporária do X (antigo Twitter), foram posteriormente confirmadas pelo colegiado da Corte e baseadas em ações criminosas. “Todas as remoções de conteúdo se deram por motivos claros: apologia ao crime, preparação de atos golpistas e desinformação deliberada”, afirmou.

Por fim, Barroso recorreu a dados do instituto Datafolha para refutar a tese de crise de confiança. Segundo pesquisa de março de 2024, 24% dos brasileiros dizem confiar muito no Judiciário, enquanto 44% demonstram confiança parcial. Em relação ao STF, 21% confiam muito e 44% confiam um pouco. “Não há crise. Há desafios, como em qualquer democracia”, concluiu o ministro.

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