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Crise Política em Salvador: Carlos Muniz Indica Sidninho para a CCJ em Meio a Conflito com Prefeito

Presidente da Câmara Municipal desafia Bruno Reis por não cumprir acordo sobre a Secretaria de Educação, impactando a composição das comissões e gerando tensões no governo.

Em um movimento que expõe a profunda crise política na Câmara Municipal de Salvador, o presidente Carlos Muniz (PSDB) indicou o vereador Sidninho (PP) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da casa. A decisão foi uma resposta direta ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), que se recusou a entregar o comando da Secretaria Municipal de Educação (SMED) ao PSDB, conforme um acordo pré-eleitoral de 2024. A disputa pela SMED foi o principal catalisador do conflito. Muniz também não aceitou o segundo nome indicado pelo União Brasil para compor a CCJ.

O União Brasil, partido do prefeito, esperava manter a presidência da CCJ, como nos últimos anos, por ter a maior bancada. No entanto, a indicação de Sidninho, aliado de Muniz, frustrou os planos do governo municipal. A composição da comissão também reflete a insatisfação de Muniz, com maioria na CCJ, que inclui Rodrigo Amaral (PSDB), Maurício Trindade (PP), Aladilce Souza (PCdoB), Omar Gordilho (PDT) e Júlio Santos (Republicanos). Aladilce Souza será a vice-presidente.

Muniz tem maioria na comissão, pois Sidninho, Rodrigo Amaral, Maurício Trindade e Aladilce Souza o apoiariam em uma possível disputa pela presidência com a base do governo. Sidninho e Maurício Trindade, inclusive, criticam publicamente o prefeito, acusando-o de não atender os vereadores e descumprir compromissos de campanha.

O prefeito Bruno Reis tentou contornar a situação oferecendo ao PSDB a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a manutenção da Secretaria Municipal de Gestão (Semge) e o comando da Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) em troca da SMED, mas a proposta foi recusada por Muniz. O PSDB só aceitaria ceder a SMED se a negociação envolvesse a SMS e outra pasta de grande importância política, como a de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), o que o prefeito não aceitou.

O segundo colegiado mais importante, o de Finanças e Orçamento, será comandado por Daniel Alves (PSDB), também próximo a Muniz. Paulo Magalhães Júnior (União) presidirá a Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente. O União Brasil foi prejudicado na composição das principais comissões da Câmara devido ao impasse.

Sidninho ameaçou levar os vereadores do PP para a base do governo estadual, mas recuou e passou a defender a permanência do partido na base da prefeitura, embora tenha anunciado que deixará o partido. A lista completa dos membros das comissões será publicada no Diário Oficial do Legislativo. A instalação dos colegiados ocorrerá nesta quinta-feira. Carlos Muniz não estará presente por ter sido diagnosticado com Covid-19. A crise expõe a fragilidade da base do governo e o descontentamento de Muniz com a gestão do prefeito.

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