Dólar sobe e Bolsa cai em meio a tensões comerciais e ata do Copom
Investidores reagem a tarifas de Trump sobre China, México e Canadá, enquanto BC eleva juros e sinaliza nova alta.
O dólar operou em alta nesta terça-feira (4), enquanto a Bolsa de Valores registrou forte queda, em um cenário de instabilidade provocado pela tensão comercial entre os Estados Unidos e a China e pela divulgação da ata do Copom. Às 10h38, o dólar subia 0,07%, cotado a R$ 5,819, enquanto a Bolsa caía 0,82%, aos 124.925 pontos.
A política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, ganhou destaque após a imposição de taxas adicionais sobre importações de vários países. Embora tenha suspendido temporariamente as tarifas sobre o México e o Canadá após acordos de reforço de segurança nas fronteiras, Trump manteve as taxas sobre a China. Essa medida levou a uma retaliação chinesa, com a imposição de tarifas sobre produtos americanos, como carvão, gás natural e petróleo bruto.
As tarifas de Trump, que totalizam mais de um terço das importações dos EUA, representam uma forte alavanca para negociação e podem levar a uma guerra comercial. A situação aumentou a instabilidade nos mercados, com o dólar sendo considerado um ativo de segurança e se valorizando.
No cenário doméstico, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, e sinalizou nova alta em março. O Banco Central também expressou preocupação com a inflação, que deve estourar a meta em junho. No cenário de referência do Copom, a projeção de inflação para este ano subiu de 4,5% para 5,2%. O comitê também ressaltou a questão fiscal e o câmbio como riscos para a convergência da inflação à meta.
Os eventos recentes reforçam o cenário de incerteza econômica global e afetam tanto o mercado de câmbio quanto o mercado de ações no Brasil.