Banco Central reforça necessidade de política monetária mais restritiva para conter avanço dos preços
Copom alerta que inflação desancorada exige juros altos por mais tempo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central alertou, em ata divulgada nesta terça-feira (25), que a piora nas expectativas de inflação para prazos mais longos dificulta a convergência para a meta, exigindo juros mais altos por um período prolongado. O documento reforça a preocupação do colegiado com o aumento das projeções em todos os horizontes analisados, tornando o cenário inflacionário “mais adverso”.
A decisão de elevar a taxa Selic de 13,25% para 14,25% ao ano, tomada na última reunião, reflete esse diagnóstico. Além disso, o Copom sinalizou nova alta para maio, embora sem definir a magnitude do ajuste. O Boletim Focus mais recente aponta que o mercado espera um IPCA de 4,5% em 2026, no limite do teto da meta, e de 4% e 3,78% para 2027 e 2028, respectivamente. O centro da meta é 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O Copom ressaltou que, devido ao cenário desafiador, o ciclo de aperto monetário ainda não está encerrado. O comitê também indicou que o próximo movimento será de menor intensidade, mas evitou comprometer-se com um percentual exato, diante da elevada incerteza.