Economia
O Dólar Cai Abaixo de R$ 6 Após as Primeiras Ameaças de Tarifas de Trump
Moeda americana atinge menor valor desde novembro, influenciada por incertezas sobre políticas de Trump e juros no Brasil.
O dólar fechou em R$ 5,956 nesta quarta-feira (22), após uma queda de 1,40%, marcando a primeira vez que a moeda americana fica abaixo de R$ 6 desde novembro do ano anterior. A desvalorização ocorreu em meio a avaliações do mercado sobre as possíveis políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ameaças de Tarifas de Trump e Impacto no Dólar
- Investidores mostraram preocupação com a efetividade da política tarifária de Donald Trump, e o dólar atingiu R$ 5,915 como valor mínimo do dia.
- Após assumir o cargo, Trump iniciou seu segundo mandato com ameaças de impor tarifas de importação a produtos da União Europeia e da China no início de fevereiro.
- A promessa de uma política tarifária mais protecionista foi um ponto central da campanha presidencial de Trump, e especialistas alertam que tais medidas podem afetar fluxos comerciais, aumentar custos e provocar retaliações.
- O principal temor é o efeito inflacionário dessas tarifas nos EUA, o que poderia comprometer a luta do Federal Reserve contra a inflação e forçar a manutenção de altas taxas de juros.
- Apesar das ameaças, o mercado está avaliando se estas são apenas bravatas políticas ou planos concretos do presidente. Até o momento, Trump apenas ordenou investigações sobre déficits comerciais e práticas comerciais “injustas”.
- De acordo com o analista da StoneX, Leonel Mattos, a abordagem de Trump, de primeiro ameaçar para depois estudar a implantação de tarifas, tem levado a um enfraquecimento global do dólar.
Outros Fatores que Contribuíram para a Queda do Dólar
- Além da incerteza sobre as tarifas de Trump, a queda do dólar também foi influenciada pela recuperação de outras moedas, como o peso mexicano, colombiano e chileno.
- O economista André Perfeito atribui a queda também aos efeitos acumulados da taxa Selic no Brasil, atualmente em 12,25% ao ano e com previsão de chegar a 14,25% até março.
- Quanto maiores as taxas de juros no Brasil e menores nos EUA, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de “carry trade”.
Mercado Brasileiro em Observação
- O mercado brasileiro segue atento a possíveis anúncios na cena fiscal, com o Congresso Nacional em recesso até 2 de fevereiro.
- O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o governo pode apresentar novas medidas para cumprir as metas fiscais do ano.
- O governo está avaliando a necessidade de novas medidas após a aprovação de contenção de gastos em 2024, que teve um impacto menor do que o inicialmente esperado.