Politica

Plano do Centrão para Lira no Governo Lula Enfrenta Resistência do PSD

A proposta de acomodar Arthur Lira no Ministério da Agricultura gera atrito com o PSD, que busca alternativas na reforma ministerial.

Um plano do centrão para emplacar o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no governo Lula (PT) enfrenta resistência do PSD de Gilberto Kassab. A proposta, liderada por Hugo Motta (Republicanos-PB), prevê que Lira assuma o Ministério da Agricultura, atualmente comandado por Carlos Fávaro (PSD).

O PSD, no entanto, se opõe a essa configuração e busca um novo cenário na reforma ministerial. O plano de Hugo Motta também incluiria a nomeação de Antonio Brito (PSD-BA) para o Desenvolvimento Social, pasta hoje liderada por Wellington Dias (PT). Brito, porém, recusou o convite, considerando que beneficiaria o centrão e poderia gerar tensões internas no PSD, além de exigir a exoneração de Fávaro e potencialmente afetar Alexandre Silveira (Minas e Energia), também do PSD. A mudança também levaria à volta de Wellington Dias para o Senado, tirando a vaga da suplente do PSD.

Outra mudança prevista seria a demissão de André de Paula (PSD), atualmente na Pesca, com a possível entrada de Edegar Pretto (PT). Em contrapartida, o PSD propõe que André de Paula assuma o Turismo, realocando o União Brasil para a Ciência e Tecnologia e Luciana Santos (PC do B) para Mulheres. Essa proposta teria o apoio de Rui Costa, ministro da Casa Civil.

A articulação de Hugo Motta tem a simpatia dos articuladores do Congresso, preocupados com a relação do governo com o Parlamento. O governo Lula tem enfrentado dificuldades na aprovação de medidas e vetos, apesar de ter distribuído 11 ministérios a partidos de centro-direita e direita. O objetivo da reforma ministerial seria ampliar o poder desses partidos para garantir mais estabilidade no governo.

Para integrantes do PT, deixar Lira fora do governo poderia inflamar a oposição no Congresso. A cúpula da Câmara também tem interesse na Secretaria de Relações Institucionais, preferindo o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), para o cargo. A articulação política do governo na Câmara, hoje sob responsabilidade de Alexandre Padilha (PT), é vista como frágil. Muitos deputados não reconhecem a legitimidade de Padilha para essa tarefa.

A cúpula da Câmara aguarda a eleição do novo comando, em 1 de fevereiro, para negociar diretamente com Lula a reforma ministerial, buscando driblar Padilha.

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