Transações via Pix Diminuem em Janeiro Após Desinformação e Aumento da Taxa Selic
Queda nas transações do Pix em janeiro foi mais acentuada do que o padrão histórico, mas Banco Central considera o movimento dentro do esperado.
As transações via Pix registraram uma queda mais acentuada do que o normal em janeiro, mês que foi marcado por desinformação sobre uma possível taxação do meio de pagamento. Apesar disso, o Banco Central (BC) afirma que essa diminuição está dentro do esperado, devido à variação sazonal de início de ano.
Historicamente, o número de operações via Pix tende a cair no início do ano em relação a dezembro, um período de maior consumo devido ao pagamento do 13º salário e às festas de fim de ano. No entanto, em janeiro de 2025, a redução foi de 11,4%, enquanto que, no ano anterior, a queda foi de 8,6%, e nos anos anteriores, também foi menor.
Pela primeira vez desde a sua criação em 2020, o volume de transações via Pix em janeiro (5,06 bilhões) foi menor do que o volume registrado em novembro do ano anterior (5,17 bilhões). Segundo o BC, esse comportamento indica uma acomodação natural das taxas de crescimento do sistema.
O BC também aponta que o aumento da taxa básica de juros (Selic) pode ter influenciado a queda no número de transações via Pix. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 13,25% ao ano, o que pode ter contribuído para a desaceleração da atividade econômica e a consequente redução nas operações financeiras. O Copom reforçou que a desaceleração da atividade econômica é necessária ao processo de desinflação.
O BC considera que o movimento do Pix está dentro da variação esperada, descartando, indiretamente, que a disseminação de notícias falsas tenha causado prejuízo para o sistema. A desinformação surgiu após uma norma da Receita Federal sobre o monitoramento de transações financeiras, que estabelecia que operações acima de R$ 5.000 para pessoas físicas e R$ 15.000 para pessoas jurídicas fossem notificadas. Essa medida causou uma onda de desinformação sobre cobrança de taxas no Pix, golpes bancários e críticas sobre a busca de aumento de arrecadação pelo governo. A repercussão foi tamanha que o governo revogou a instrução normativa e publicou uma medida provisória reafirmando que pagamentos via Pix de pessoas físicas não serão taxados.