Queda histórica: Taxa de pobreza no Brasil atinge menor patamar em 2022, indica IBGE
Brasília, 6 de dezembro de 2023 – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira dados que apontam uma queda histórica na taxa de pobreza no Brasil. Sob o impacto da retomada do mercado de trabalho e da ampliação do Auxílio Brasil, a porcentagem de brasileiros em situação de pobreza caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022.
Os números revelam que 10,2 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza no último ano, um contingente próximo à população total do Rio Grande do Sul. A taxa de 31,6% é a menor desde 2020, ano inicial da pandemia, quando o auxílio emergencial e outros benefícios também tiveram impacto positivo.
A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, que analisa estatísticas de fontes como a Pnad Contínua, revela que a taxa de extrema pobreza também registrou queda, saindo de 9% para 5,9%, o menor índice desde 2015. O número de pessoas extremamente pobres reduziu de 19,1 milhões em 2021 para 12,7 milhões em 2022.
A ampliação do Auxílio Brasil, anunciada pelo governo Jair Bolsonaro e consolidada na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, é apontada como um dos principais fatores para a redução da extrema pobreza. O pesquisador André Simões, analista da síntese do IBGE, destacou que as transferências de programas sociais foram fundamentais para a diminuição desse indicador.
Em relação à pobreza, Simões ressaltou a importância da conjunção entre a retomada do mercado de trabalho e os benefícios sociais. O rendimento domiciliar médio mensal per capita da população 10% mais pobre teve um aumento de 59,2% de 2021 para 2022, o maior entre os grupos analisados.
Entretanto, os dados do IBGE também indicam que a pobreza e a extrema pobreza afetam mais as crianças e os jovens. Cerca de 49,1% da população de 0 a 14 anos era considerada pobre em 2022, superando as taxas de outras faixas etárias.
A revisão nas linhas de pobreza e extrema pobreza, seguindo critérios do Banco Mundial, impactou os números divulgados. Sem essa revisão, a taxa de pobreza seria de 24,1%, abaixo dos 31,6% registrados. O IBGE destaca que, apesar das diferenças, a tendência das curvas permanece a mesma, evidenciando a significativa queda na pobreza no Brasil em 2022.
Foto: Cezinha Marques