Controladoria-Geral da União determina demissão de Weintraub da Unifesp por recebimento indevido de salário
O Diário Oficial da União trouxe à tona, nesta quarta-feira (7), a decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) que determinou a demissão de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, do cargo que ocupava na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A medida foi fundamentada em apurações que indicaram o recebimento indevido de salário por Weintraub e sua esposa, Daniela Baumohl Weintraub, entre o final de 2022 e o início de 2023.
A pena de demissão foi baseada no relatório final da Comissão de Processo Disciplinar, à qual Weintraub foi nomeado, e no parecer da consultoria jurídica da CGU. Além da demissão, a decisão inclui oito anos de impedimento para indicação, nomeação ou posse do ex-ministro em cargos efetivos ou de confiança no governo federal.
Abraham Weintraub, conhecido por sua gestão no Ministério da Educação marcada por cortes de orçamento e ataques às universidades federais, foi demitido por Bolsonaro em junho de 2020, após insultar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Após sua saída, ele assumiu um cargo no Banco Mundial, nos Estados Unidos, ficando afastado da Unifesp até outubro de 2022.
Segundo a Unifesp, após o período em que deveria retornar como professor, Weintraub solicitou férias, que vigoraram até novembro de 2022. A instituição ressaltou que não há registro de presença do ex-ministro na universidade no último ano, embora tenha recebido integralmente salários que totalizaram mais de R$ 16 mil de dezembro de 2022 a março de 2023.
Após a denúncia de recebimento sem trabalho, a Unifesp suspendeu preventivamente o pagamento dos contratos. A defesa de Weintraub alegou ter protocolado pedidos de licença, sendo o primeiro em dezembro de 2022, negado devido a uma portaria interna relacionada à pandemia. Um segundo pedido, em fevereiro de 2023, também foi negado em abril pela universidade.
O escritório Hadano Tanaka Advogados, representante de Weintraub, informou ter entrado com uma ação judicial contra a reitoria da Unifesp, alegando perseguições e ameaças ao ex-ministro e sua família. O documento da ação não foi apresentado até o momento. O escritório afirma que continuará atuando para resguardar a integridade física e mental do cliente pelos meios administrativos e judiciais cabíveis.