Líder do Governo no Senado, Jaques Wagner, defende presidente Lula após polêmica declaração sobre conflito em Gaza
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio à polêmica gerada por suas declarações sobre o conflito na Faixa de Gaza. Wagner criticou a comparação feita por Lula entre a situação dos palestinos e o Holocausto, chamando-a de “passou do ponto”, mas ressaltou que a indignação do presidente demonstra seu posicionamento humanista diante do cenário na região.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Wagner, que é judeu, rebateu as acusações de antissemitismo contra Lula e afirmou que a reação do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, é a de alguém desesperado. Ele destacou que a comparação com o Holocausto foi o único ponto que considerou inadequado na fala do presidente, defendendo a busca por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O senador relatou ter conversado com Lula sobre a polêmica, ressaltando que a posição do presidente visa expressar sua indignação humanista diante dos acontecimentos em Gaza. Wagner afirmou que a comparação histórica feita por Lula acabou por atrapalhar a mensagem que o presidente queria transmitir, que é a busca pela paz na região.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Lula pedir desculpas pela declaração, Wagner afirmou não saber, mas salientou que a parte da comparação não foi perfeita. Quanto à reação de Israel, o senador a caracterizou como desesperada e sugeriu que Netanyahu será condenado pelo que está fazendo.
Wagner também defendeu a postura equilibrada de Lula na questão, destacando que o Brasil não tem interesse em estressar as relações com Israel e que é importante separar o Estado de Israel da figura de Netanyahu. Ele ressaltou que o presidente brasileiro não pretende ser um mediador da paz, mas possui condições para isso, apesar das críticas.
Em meio às acusações de antissemitismo, Wagner afirmou que não existe possibilidade de conceitos preconceituosos na cabeça de Lula, enfatizando sua abertura, democraticidade e a correção da posição do presidente em relação à busca por paz e cessar-fogo na Faixa de Gaza.