Ministério das Relações Exteriores convoca embaixador da Hungria para esclarecimentos
O Ministério das Relações Exteriores tomou uma decisão firme diante da permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro na missão diplomática da Hungria no Brasil. Após a Polícia Federal ter apreendido o passaporte do ex-presidente, o governo brasileiro convocou o embaixador da Hungria, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a situação.
Em um movimento que denota contrariedade, é uma prática diplomática convocar o chefe de uma missão estrangeira para explicar situações que geram desconforto no país anfitrião. Contudo, fontes consultadas pela reportagem não confirmaram se Halmai está atualmente no Brasil.
A responsável por receber as explicações do diplomata húngaro é a secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luisa Escorel de Moraes.
A notícia, inicialmente revelada pelo jornal The New York Times, causou estarrecimento no governo brasileiro, especialmente entre os auxiliares do presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT). Há uma avaliação de que a presença de Bolsonaro na embaixada da Hungria não apenas envolve um adversário político da gestão atual, mas também uma figura alvo de investigações pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesse sentido, o gesto é interpretado como uma possível interferência do governo húngaro, liderado por Viktor Orbán, em questões internas do Brasil. A situação levanta preocupações sobre a independência e a soberania do país diante de influências externas em assuntos de sua jurisdição.