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Governo Lula discute voucher para famílias atingidas por enchentes no RS

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em intensa discussão sobre a viabilidade de um voucher destinado às famílias afetadas pela tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. O objetivo principal é oferecer suporte para que essas famílias consigam repor móveis e eletrodomésticos perdidos durante o desastre natural.

A proposta, que ainda está em fase de avaliação quanto ao valor e alcance, será tema de uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (13) entre representantes do Ministério da Fazenda e o Palácio do Planalto.

De acordo com especialistas do governo, a ideia consiste em disponibilizar um pagamento único por família, permitindo a aquisição de itens essenciais como geladeira, fogão e outros bens danificados pelas águas.

Inicialmente, cogitou-se a implementação de uma linha de crédito para essa finalidade. Entretanto, análises técnicas indicam que o modelo de voucher pode ser mais econômico.

Apesar da possibilidade de financiamentos com fontes de recursos garantidas, a avaliação é de que o governo teria que desembolsar uma quantia considerável para subsidiar as taxas de juros, tornando a operação acessível às famílias atingidas.

A criação de um novo cadastro, mais abrangente que o do Bolsa Família, é considerada uma etapa essencial para a efetivação do programa. Esse processo envolverá o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, a Caixa Econômica Federal e as prefeituras locais.

Um dos desafios é evitar a fragmentação artificial de famílias em busca de vantagens adicionais, similar ao ocorrido com o Auxílio Brasil. Além disso, a capacidade operacional para estabelecer esse cadastro é limitada, especialmente em regiões ainda alagadas.

Embora tenha sido discutida a possibilidade de um pagamento mensal extra temporário aos beneficiários do Bolsa Família, essa alternativa não parece mais estar em consideração por parte do Executivo.

Na última quinta-feira (9), ao anunciar medidas de socorro às empresas do Rio Grande do Sul, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não confirmou nem descartou a possibilidade de implementação de um auxílio emergencial. “Isso será discutido na próxima semana”, afirmou.

O presidente Lula prometeu divulgar novas ações voltadas às famílias gaúchas na terça-feira seguinte (14).

No Ministério da Fazenda, o foco está em elaborar medidas adequadas à real necessidade do estado. A equipe econômica busca demonstrar que a calamidade no Rio Grande do Sul não será uma oportunidade para gastos excessivos e indiscriminados, uma preocupação que já se reflete no mercado financeiro.

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