CRIANÇA NÃO É MÃE – Fundamentalistas no Congresso Proporcionam Retrocesso nos Direitos Reprodutivos ao Ignorar Violência Sexual Infantil
Deputada Sâmia Bomfim denuncia negligência com vítimas de estupro e alerta para aumento de penalidades desproporcionais às vítimas de aborto.
Em um contundente discurso na Câmara dos Deputados, a deputada federal Sâmia Bomfim destacou uma preocupante realidade brasileira: a maioria das vítimas de violência sexual no país são crianças. Dados alarmantes indicam que anualmente cerca de 20 mil meninas com menos de 14 anos tornam-se mães, consequência direta de abusos sexuais.
Bomfim criticou duramente os ataques aos direitos reprodutivos, especialmente ao direito ao aborto em casos de estupro. “Atacar o direito ao aborto em casos de estupro é destruir vidas e infâncias”, afirmou a deputada. Ela salientou a disparidade nas penalidades: enquanto a pena máxima para um estuprador é de 10 anos, há propostas de aplicar penas de até 20 anos para vítimas que optem pelo aborto, uma medida que considera desproporcional e cruel.
A parlamentar acusou os fundamentalistas do Congresso de se preocuparem mais em revitimizar meninas e mulheres do que em promover investigações rigorosas e responsabilizar os estupradores. A fala de Bomfim reforça a necessidade urgente de políticas que protejam as vítimas de violência sexual e defendam os direitos reprodutivos das mulheres.