Economia

Dólar Sobe 1,90% e Fecha Cotado a R$ 5,588 em Meio a Preocupações Fiscais

Bolsa cai 1,45% refletindo temores sobre equilíbrio das contas públicas após declarações de Simone Tebet e influência de fatores internacionais

Nesta quinta-feira (18), o dólar fechou em alta firme de 1,90%, cotado a R$ 5,588, em um cenário de preocupações crescentes com a situação fiscal doméstica. As declarações da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reforçaram dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, alimentando a cautela dos investidores.

Simone Tebet destacou o compromisso do governo de não gastar mais do que arrecada, conforme orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas reconheceu a dificuldade em atingir a meta de déficit zero no orçamento de 2025. Suas falas geraram incertezas no mercado, que também repercutiu a recente decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) e os novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Paralelamente, a Bolsa teve uma queda de 1,45%, fechando aos 127.573 pontos, segundo dados preliminares. A realização de lucros após altas consecutivas nas últimas semanas, somada às incertezas fiscais e ao cenário internacional, pressionou o mercado acionário.

O BCE manteve a taxa de juros inalterada em 3,75%, enquanto nos Estados Unidos, os novos dados de auxílio-desemprego reforçaram expectativas de uma possível moderação do mercado de trabalho e futuros cortes de juros pelo Federal Reserve.

As falas de Lula, afirmando não ser obrigado a cumprir a meta fiscal se houver “coisas mais importantes para fazer”, contribuíram para aumentar os temores sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal.

Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, afirmou que os discursos das autoridades governamentais aumentam a aversão ao risco no mercado local, destacando a necessidade de uma sinalização de maior comprometimento fiscal.

A pressão no dólar impactou expectativas de inflação e reverberou nas curvas de juros futuros, afetando negativamente ações sensíveis à taxa Selic, como Magazine Luiza e Grupo Pão de Açúcar. Empresas com gastos em dólar, como a Azul, também sofreram perdas significativas.

As ações de frigoríficos caíram após o Ministério da Agricultura e Pecuária identificar um foco da doença de Newcastle em um estabelecimento no Rio Grande do Sul, levando à interdição do local e eliminação das aves.

Apesar do cenário de baixa, WEG e Embraer apresentaram leve alta, com ganhos de 0,55% e 1,33%, respectivamente.

Os dados econômicos mais recentes reforçam um ambiente de cautela no mercado, com os investidores aguardando sinais mais claros sobre as políticas fiscais e monetárias nos próximos meses.

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