Movimentos Sociais e Entidades Educacionais Protestam Contra Homenagem a Silas Malafaia pela Assembleia da Bahia
Condecoração ao pastor, conhecido por discursos de ódio contra a comunidade LGBTQIA+, gera repúdio e mobilização de grupos como o Movimento Negro Unificado e a Casa Marielle Franco.
Entidades de movimentos sociais e instituições de ensino têm se mobilizado contra a decisão da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) de conceder a Comenda Dois de Julho ao pastor Silas Malafaia. A homenagem, anunciada no Diário Oficial, gerou indignação entre diversos setores da sociedade, que criticam o histórico do líder religioso por seus ataques à comunidade LGBTQIA+ e sua defesa de pautas conservadoras.
Um grupo formado por cerca de 200 pessoas, coordenado pelo Movimento Negro Unificado (MNU) e pela Casa Marielle Franco, está organizando atos de repúdio, incluindo uma manifestação em frente à Assembleia. As críticas também têm sido ecoadas por entidades como a Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Bahia), que em carta aberta classificou Malafaia como “agente do retrocesso” e símbolo de incivilidade e fascismo.
O projeto de resolução que propôs a homenagem foi de autoria do deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) e destacou a atuação de Malafaia na defesa da heteronormatividade e no combate ao aborto. A proposta foi aprovada por ampla maioria, exceto pelos deputados Hilton Coelho (Psol) e Fabíola Mansur (PSB). O grupo de oposição também está enviando mensagens aos deputados que votaram a favor da condecoração e planeja acionar o Ministério Público.
Sandra Muñoz, coordenadora-geral da Casa Marielle Franco, criticou o apoio de deputados de esquerda à homenagem, afirmando que a honraria deve ser concedida a quem realmente contribui para o estado, o que, segundo ela, não é o caso de Silas Malafaia.
“É indigno ver uma pessoa que promove o ódio contra a comunidade LGBTQIA+ receber a maior honraria do estado. Estamos lutando para que essa decisão seja revista”, declarou Muñoz.
