Eleição em Salvador renova 40% da Câmara com 17 novos vereadores e amplia apoio à base aliada de Bruno Reis
A reeleição de Bruno Reis com 78% dos votos contrasta com a significativa renovação na Câmara Municipal, onde 16 vereadores perderam suas cadeiras. Novos nomes como Sandro Filho, o mais jovem vereador, e Jorge Araújo, o mais votado, destacam-se em um cenário ainda marcado por baixa representatividade racial e de gênero.
A eleição municipal deste domingo (6) não trouxe apenas a reeleição de Bruno Reis (União Brasil) com 78% dos votos, mas também uma mudança profunda no cenário político da Câmara Municipal de Salvador. Com a entrada de 17 novos vereadores para a Legislatura 2025-2028, a renovação alcançou 39,53%, uma transformação notável, principalmente quando comparada à continuidade do prefeito no cargo.
Dos vereadores que buscavam a reeleição, 16 não conseguiram manter suas cadeiras, abrindo espaço para novos perfis. Mesmo com essa mudança expressiva, a base aliada de Bruno Reis saiu fortalecida, ampliando de 32 para 33 o número de vereadores entre os 43 totais, consolidando sua força no legislativo municipal. Já a oposição, especialmente partidos como o PT e PCdoB, sofreu duras derrotas. Figuras conhecidas, como Arnando Lessa, Tiago Ferreira e Luiz Carlos Suíca, não se reelegeram, e a bancada da federação PV-PT-PCdoB foi reduzida de sete para quatro cadeiras. O único nome petista remanescente é o de Marta Rodrigues, irmã do governador Jerônimo Rodrigues.
Por outro lado, o PSOL surpreendeu ao conquistar duas cadeiras, superando o desempenho do PT, impulsionado pelo resultado histórico de Kleber Rosa, que ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura.
Entre os novos vereadores, destacam-se Sandro Filho (PP), que será, aos 19 anos, o mais jovem da nova legislatura, e Jorge Araújo (PP), o mais votado, com 36.065 votos. Sandro, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), construiu sua base de apoio nas redes sociais, defendendo pautas conservadoras, enquanto Jorge Araújo se tornou popular pelo seu carisma como repórter de TV.
Apesar da renovação, Salvador ainda enfrenta desafios quanto à representatividade racial e de gênero. Embora seja a capital com a maior proporção de pessoas autodeclaradas pretas, apenas oito vereadores se identificam dessa forma (18%). A representatividade feminina também deixou a desejar, com apenas nove mulheres eleitas (20,9%), evidenciando um descompasso entre o perfil do legislativo e a diversidade da população da cidade.
