Economia

Dólar Estável em Dia de Baixa Volatilidade com Olhos em EUA e China

Moeda americana apresenta leve alta enquanto investidores aguardam dados econômicos; fatores externos e domésticos influenciam os mercados.

O dólar abriu próximo da estabilidade nesta terça-feira (22), acompanhando a baixa volatilidade nos mercados internacionais. Às 9h05, a moeda norte-americana registrava uma leve alta de 0,08%, cotada a R$ 5,6976. Na segunda-feira (21), o dólar havia encerrado o dia em queda de 0,14%, a R$ 5,692, enquanto a Bolsa caiu 0,10%, atingindo 130.361 pontos.

A atenção dos investidores se volta para os Estados Unidos e a trajetória das taxas de juros do Federal Reserve (Fed). Dados recentes de consumo e emprego reforçaram as expectativas de cortes graduais nas próximas reuniões de política monetária do banco central americano. De acordo com a ferramenta CME Fed Watch, a possibilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual é de 87%, enquanto a manutenção da taxa entre 4,75% e 5% reúne os 13% restantes.

Esse cenário elevou os rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, tornando o dólar mais atrativo no mercado internacional. Nesta sessão, o rendimento do título de dez anos subiu para 4,189%, com um aumento de 2,62 pontos percentuais.

A proximidade das eleições presidenciais nos EUA também influencia o mercado. As apostas em uma vitória do Partido Republicano em novembro aumentaram significativamente, com as chances de Donald Trump retornar à Casa Branca em 63%, enquanto a democrata Kamala Harris tem 37%. As expectativas de uma “red sweep” no Congresso, com maioria republicana, podem impactar as políticas econômicas futuras, com propostas de aumento de tarifas que são vistas como inflacionárias, resultando em juros elevados, o que é considerado positivo para o dólar.

Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank, destacou que a atenção está voltada para os Estados Unidos, onde o retorno de Trump à presidência e uma vitória do Partido Republicano em massa seriam os cenários menos favoráveis para os mercados emergentes.

No entanto, os fatores positivos para o dólar são contrabalançados por tendências favoráveis a moedas de países emergentes. A recuperação dos preços de commodities como petróleo e minério de ferro, impulsionada por novos anúncios da China, oferece suporte ao real. O banco central chinês cortou as taxas de juros, parte de um pacote de estímulo para reanimar sua economia. O minério de ferro subiu 1,45% na Bolsa de Dalian, enquanto o barril de petróleo Brent avançou mais de 1,50% em Londres, com a valorização das commodities impactando positivamente a balança comercial brasileira.

Entretanto, os ruídos fiscais na cena doméstica limitam os efeitos positivos sobre os ativos brasileiros. O mercado permanece preocupado com a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, especialmente com os planos de corte de gastos que devem ser detalhados após o segundo turno das eleições presidenciais, em 27 de outubro. O ministro Fernando Haddad afirmou que os anúncios só ocorrerão quando o governo estiver alinhado em relação aos propósitos.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, apontou que a falta de clareza sobre quais reformas estão em discussão e quanto será economizado gera incertezas entre os investidores, dificultando a captação de recursos para financiar a dívida em condições favoráveis.

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