General Mantinha Manifesto Golpista em HD Externo, Revela Inquérito da PF
Documento defendia golpe militar para impedir a posse do presidente Lula e era constantemente atualizado.
Um inquérito da Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, um dos presos por suspeita de envolvimento no plano de assassinato do presidente Lula, mantinha um manifesto golpista em um HD externo. O documento, que era frequentemente atualizado, defendia a intervenção militar para impedir a posse de Lula.
O HD externo, rotulado com a frase “Forças Especiais”, continha um arquivo com o manifesto que passava por constantes edições. Um trecho do documento, datado de 30 de dezembro de 2022, dias antes da posse de Lula, afirmava que o então presidente Jair Bolsonaro deveria assinar o artigo 142 para iniciar um processo de tomada de poder pelas Forças Armadas.
O manifesto utilizava o artigo 142 da Constituição Federal como justificativa para uma intervenção militar, explorando um cenário político instável no Brasil à época.
As informações foram divulgadas em um inquérito da PF que investiga um plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O general Mário Fernandes é considerado o mais radical dos envolvidos no plano, segundo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A PF identificou que o manifesto encontrado no HD era editado por um autor chamado “Naylor”. O arquivo, intitulado “O Povo Brasileiro”, era apócrifo e datado de 20 de novembro de 2022. A última versão do documento, de maio de 2023, aconselhava parlamentares a “tomar cuidado” com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e pedia apoio para enterrar a CPMI dos atos de 8 de janeiro.