Lula define novos diretores do Banco Central; nomes serão enviados ao Senado na próxima semana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já escolheu os nomes que irão ocupar as diretorias do Banco Central a partir de 2025. A informação foi divulgada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta quinta-feira (28). Os nomes serão enviados ao Senado Federal até a próxima semana, para a devida sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e posterior votação no plenário.

Segundo Rui Costa, Lula deve aproveitar a solenidade de nomeação simbólica de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, no início da próxima semana, para anunciar os demais escolhidos. A data limite para a aprovação dos indicados pelo Senado é 11 de dezembro.

Três vagas em aberto:

Com a saída de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central em 1º de janeiro de 2025, Lula precisa indicar substitutos para três diretorias:

• Política Monetária: Atualmente comandada por Bruno Serra, a diretoria é responsável pela definição da taxa básica de juros da economia. Com a ida de Galípolo para a presidência do BC, o governo busca um novo nome para a área.
• Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta: Carolina de Assis Barros deixará o cargo no final do ano, abrindo espaço para uma nova indicação.
• Regulação: O mandato de Otavio Damaso também termina em 31 de dezembro, e Lula precisará indicar um substituto.

Diversidade em foco:

A escolha dos novos diretores será um teste para o governo em relação à diversidade de gênero. Com a saída de Carolina Barros, a cúpula da instituição pode se tornar 100% masculina em 2025, caso Lula não indique ao menos uma mulher para uma das vagas. Atualmente, apenas uma mulher ocupa uma das oito diretorias do BC.

Críticas a Campos Neto:

Em declarações à imprensa, Rui Costa criticou o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que o governo está em contagem regressiva para ter um BC “dirigido por quem mora no Brasil e não mora em Miami”. Campos Neto está nos Estados Unidos desde 21 de novembro.

Possíveis nomes:

Nos últimos dias, alguns nomes circularam no mercado financeiro como possíveis indicados para as diretorias do BC:

• Política Monetária: Juliana Pereira (CGU), Richard Back (Secretaria de Relações Institucionais) e Emmanuel Sousa de Abreu (Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda).
• Regulação: Gilneu Vivan (chefe do departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC).
• Relacionamento: Juliana Mozachi (chefe do departamento de Supervisão de Conduta), Isabela Damaso (chefe da gerência de Sustentabilidade) e Izabela Correa (servidora do BC cedida para a CGU).

A possibilidade de uma “dança das cadeiras” entre os diretores, com a mudança de Rodrigo Teixeira, da diretoria de Administração, para outro posto, também não está descartada.