ESCRITÓRIO DO CRIME – Major da Polícia Miliar do Rio de Janeiro seria o responsável pela venda dos apartamentos que desabaram
A atuação da milícia nas comunidades de Muzemaé o objeto de uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. A organização criminosa atua de forma setorizada age “em grilagem, ramo imobiliário com venda e locação ilegal de imóveis”. Seus integrantes também cometem os crimes de “receptação de carga roubada, posse e porte ilegal de arma de fogo”.
A milícia arrecada dinheiro com a extorsão de moradores e comerciantes da região, cobrando taxas referentes a “serviços” prestados, como segurança. O grupo age também no ramo da agiotagem e detém o monopólio da venda do gás de cozinha, entre outras atividades. A renda proveniente dessas atividades ilegais financia os empreendimentos imobiliários irregulares.
Em chamada interceptada do dia 5 de novembro de 2018 entre dois investigados, um suspeito diz para o outro não deixar uma moradora entrar caso ela não pagasse o aluguel no dia. Segundo o MP, “a utilização da força e a demonstração de poder resta claro nos diálogos”.
“Se ele não pagar o aluguel hoje, amanhã é pra travar não deixar ela entrar”, diz o suspeito ao seu interlocutor. Antes de ser preso na Operação Os Intocáveis, em janeiro, o major Ronald Paulo, da Polícia Militar, mantinha armazenadas diversas plantas de apartamentos, loteamentos de terrenos, imagens de empreendimentos em construção, contratos de locação e compra e venda de imóveis não declarados em seu Imposto de Renda, de acordo com o MP.
A defesa do policial não se pronunciou publicamente sobre as acusações