Datafolha – Indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador é reprovada por 70%
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de indicar seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para embaixador em Washington (EUA) é reprovado por 70% dos brasileiros, de acordo com pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira (4). Segundo o levantamento, apenas 23% aprovam a indicação.
A escolha foi anunciada em julho, mas ainda não foi oficializada. A nomeação depende de aprovação no Senado.
A pesquisa foi feita entre os dias 29 e 30 de agosto, com 2.878 pessoas em 175 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Entre os eleitores de Bolsonaro, 53% avaliam que o presidente agiu mal ao indicar o filho, e 40% acham que ele agiu bem. Já entre quem votou em Fernando Haddad (PT), 88% rejeitam a indicação e 9% a apoiam.
A indicação é rejeitada, de modo geral, em praticamente todos os estratos pesquisados, com exceção dos simpatizantes do PSL, partido do presidente. Nesse grupo, 64% apoia a decisão. No grupo que classifica o governo como ótimo ou bom, a aprovação à medida é de 54%.
Entre as regiões do país, a ideia foi mais mal recebida no Nordeste (76% contra) e no Sudeste (71%). Tanto no Sul, reduto do eleitorado bolsonarista, quanto no Norte e no Centro-oeste, 65% se opõem à nomeação.
O perfil de maior rejeição à nomeação é de jovens de 16 a 24 anos (74%), funcionários públicos (81%) e estudantes (78%). Por outro lado, a decisão é melhor aceita entre pessoas com mais de 60 anos (26% acham que Bolsonaro está agindo bem), empresários (36%) e donas de casa (29%).
Quanto à religião, a proposta sofre mais críticas de ateus (95%). Entre os evangélicos, 61% são contrários.
O percentual de 70% rejeição à indicação, que provocou debates se é um caso de nepotismo, é equivalente ao índice dos reprovam a interferência dos filhos do presidente no comando do País.
A fim de mostrar proximidade com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Eduardo viajou a Washington e se reuniu durante 30 minutos na Casa Branca na última sexta-feira (30). Não foi feito qualquer anúncio após o encontro. O presidente americano disse em julho que apoia a indicação.
Para ser efetivado, o nome do deputado, que não tem carreira diplomática, precisa ser apreciado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e pelo plenário da Casa por mais da metade dos parlamentares presentes. Não há data prevista para essas votações.